sábado, 30 de agosto de 2014

Apenas assisto

Como num rio, assisto
Sentado a beira-mar, assisto
Em pé, olhando o infinito, assisto
Ao horizonte, simplesmente assisto

Belezas mil cercam
Belezas mil cerceiam
Belezas mil semeiam
Belezas mil alimentam

Das cores da vida
Dos amores coloridos
Das dores enfeitadas
Das rosas machucadas

Da força que há
Parede branqueada
Da vista que tem
Apenas dor mantem

Sim, como um rio
Sim, como o mar
Sim, como o infinito
Sim, como o horizonte

O que há de força?
O que domará o imensurável?
O que conquistará o distante?
O que será que será?

Conterei o rio?
Apaziguarei o mar?
Tocarei o infinito?
Chegarei ao horizonte?

Como um servo a viver
sem poder escolher
Parece sucumbir a dor
A dor de não morrer

Um dia há de se alcançar
Há, um dia, de se decidir
Se conquistará, ahh um dia
Por algum dia há de ser dia