quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Ao Fundo..


Sucumbe o peito
Dói a alma
Da fatiga do mundo
Nasce a aurora

Aurora da minha dor
Da tristeza que se assenhora
Da moleza que me castiga
Do futuro que me apavora

Da lágrima corrida
Pensamento infinda
Em existir na vida
Que desatina a doer

Doer fundo na alma
Calar a dor no seio
O mesmo enfraquecido
Da cama meu mundo se faz

De todo o mundo
De toda a beleza
Mostra a dor
Mostra a fraqueza

Na verdade o que é ser?
O que é fraco ou forte?
Humano, talvez?
Apenas eu

Da doçura o amargor
Mostra-se mel
Prova-se fel
Ente não é ser

Do querer a morte certa
Do viver ganhar me resta
O acalanto do tentar
O afago do derrotar

O fim do caminho se avista
O fim de tratado
O fim da dor
Ao partir ficarei

Ficarei calado
Borbulhará a fúria
Mas a tristeza
Impede o transbordar

A cada respirar a benção
A cada dor humanidade
A cada olhar a beleza
A cada refletir o almejo

Confuso como a vida
Simples como o amor
Difícil como as circunstâncias
Ardente como dor

Sociedade ou Indivíduo?
Dualismo traduz
A existência
Maniqueísmo é o giro

Da poesia a dor e o choro
Da música o lamentar
Da humanidade a beleza imperfeita
Do amor a arte de sonhar


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