terça-feira, 15 de julho de 2014

Do viver apenas o viver

De certezas me cerquei
Trouxe atada a imbecilidade da mesma
Com o pesar do erro sem perceber
Caminhei vagarosamente

De repente me vi perdido
Nas areias ainda frias da manhã de outono
Na mente ideias
Mas que ideias?

Completamente perdido me vi
Não encontrar a dor
Não encontrar o amor
Não encontrar, apenas não encontrar

Ainda a sentir o frio da areia
Ouvindo a brisa do mar
As certezas vazias estão
Os olhares em minha mente se esvão

O quebrar das ondas me trazem a mente
Rememoro as dúvidas e o vazio
O que há de certo em mim?
O que há de belo em mim?

Das forças que antes eram o trunfo
Das palavras outrora doces
Se afogam em pensamentos
Como no mar vejo uma folha submergir

Das conquistas alcançadas
Às penas vividas
Amores perdidos
Canções esquecidas

Ainda a caminhar pela manhã
Estupendo parecia o Sol se pôr
E dos conceitos confusos
Morrer parecia-os

O que somos nós?
Hoje o futuro belo é
Ou apenas na velhice se verá?
Cotidiano ingrato a viver

Da força a fraqueza
Da juventude dilemas mil
Da velhice o que se almeja
Do viver apenas viril

Mas ainda era manhã
Como se punha?
Se punha como nodo em minh'alma
Como azedume se expunha

Passou a praia de mim fazer parte
E dela eu estranho era
Daquilo que vivenciei
Morada se fez

Confuso tornei
Deitado me fiz
Amores tramados
Perdões vis

Viver a manhã daquele dia
Só, como o pensar
Da multidão
Solidão e confusão

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